O texto abaixo é um resumo adaptado da crônica "bota amarela" da escritora Martha Medeiros publicada na edição do jornal ZERO HORA desse domingo, 17 de março. Muito legal!
"Às vezes nos fechamos para algumas coisas de uma forma ranzinza e implicante, e nesse fechamento creio que enclausuramos uma parte importante de nós que passa a nos fazer falta!
Ou seja: durante a vida a gente vai assimilando ideias, cultivando
gostos, estabelecendo maneiras de ser, até que vira um ser humano aparentemente
acabado: SOU DESSE JEITO, PREFIRO ISSO, NÃO SUPORTO AQUILO, MINHA TURMA É ESSA,
DAQUI NÃO SAIO...
Instalamo-nos numa bolha confortável e já temos AS RESPOSTAS PRONTAS
para quem vier bater à nossa porta.
Já temos o manual de instruções decorado.
Até que chega um momento em que você se dá conta de que parece um boneco
em que deram corda e que vive repetindo as mesmas frases, os mesmos gestos, sem
nenhuma reflexão a respeito. Está há anos imitando a si mesmo, pois é fácil e
rápido, um modelo pra lá de conhecido. No entanto, você tem uma reserva de
imaginação, ainda sem uso, que deve ser acionada para o que, às vezes, se faz necessário:
RASGAR O MANUAL E ESCREVER UMA NOVA HISTÓRIA A PARTIR DO ZERO.
Insistir nas próprias convicções é um perigo. A certeza nem sempre é
amiga da sanidade".