domingo, 13 de novembro de 2011

Imprensa gratuita


Nas grandes cidades, como é o caso de São Paulo, existe a distribuição gratuita de jornais em pontos estratégicos. O mais tradicional por aqui é o jornal "Metrô News" que circula de segunda a sexta em todas as estações de metrô, com uma tiragem de 150 mil exemplares, tornando-se um hábito incontestável de leitura entre os usuários. Eu, sempre que posso, leio-o e gosto muito do seu conteúdo, projeto gráfico etc. Poderíamos classificar essa ação de "Marketing Viral" que é oferecer algo promocional gratuito (produto ou serviço)  a alguém, também, chamado de "Marketing boca a boca".
A propósito: gostaria de compartilhar aqui o texto "A era da banalização" publicado na página “espetáculos” do Metrô News, escrito por Maurício Nunes – dramaturgo, músico, jornalista e cinéfilo.

A ERA DA BANALIZAÇÃO

A verdadeira razão da existência do artista é emocionar, entreter e nos propor ideias novas, porém nos dias de hoje esta figura está se apagando , já que vivemos na fatídica e nefasta era da banalização.  Estamos sendo regidos pela tal geração Y, onde a máquina domina e a emoção se abstém. Vivemos uma era onde se colecionam amigos virtuais e se desprezam amigos reais.
Einstein com sua teoria da relatividade talvez fizesse um calculo simples para demonstrar que quanto mais amigos nas midias sociais, proporcionalmente há menos na vida real. As pessoas não tem mais tempo de ouvirem ou de serem ouvidas. Não se importam em conhecer alguém, mas sim em colecionar fotos e nomes numa página para se tornarem populares. Tudo é manifestado ou regurgitado em 140 caracteres no twitter ou no facebook, onde se colam frases, poemas e notas, que de forma alguma se seguem, caso contrário o mundo seria um lugar perfeito para se viver.
Não há mais focos de emoção em quase nada em que a mídia atual cria. Tudo é arquitetado por um grupo de yuppies mimados, pedantes e que nunca leram sequer um livro na vida, a não ser o Internet para Dummies. Fazem de Steve Jobs, o novo messias, e assim como o seu antecessor, Jesus, ninguém dá muita trela para o que ele disse ou fez, mas sim para os produtos que promoveu e quanto isto pode arrecadar em grana. A nova geração é oca e o eco de sua estupidez assusta e não nos mostra um futuro promissor e no meio deste universo virtual com poder de sedução maior que o universo real, o tempo parece correr mais depressa e a vida a se tornar também um artigo banalizado. Se mata hoje a troco de nada. O álcool nunca tirou tantas vidas e ainda é glamurizado na TV e em canções cafonas de sucesso. Se você bebe, você é cool, se não bebe, é um idiota anti-social. E aí temos nas estradas mais mortes e ninguém toma providência alguma. Mata-se como nunca se matou por excesso de álcool e o assassino geralmente volta pra casa, as vezes até dirigindo.
Recentemente dois garis foram mortos por um imbecil rico e alcoolizado que pagou fiança de dez mil e saiu em liberdade. Conclui-se que a vida de um gari vale cinco mil reais no atacado, pois no varejo, tem jornalista que não pagaria dez centavos, afinal já humilhou publicamente a classe a chamando de escória. E o tal jornalista é âncora de um jornal que diz ter credibilidade, exibido numa emissora, que suspendeu um outro jornalista só porque fez uma piada de mal gosto, num programa de humor, sobre uma pessoa “importante”. De fato a balança no Brasil pende só para um lado: o das moedas de ouro. Assim nadamos neste tsunami de ignorância que inverteu os valores.
Vivemos a banalização do erotismo, onde uma revista como a Playboy, que sempre ditou regras comportamentais, valorizou a mulher e criou um estilo de vida culto, hoje proclama mulheres frutas, vazias e sem sulco, além de um exército de ex-BBBs sem graça (pleonasmo?) e entrevistas babais e textos sem conteúdo. A TV assume o papel da imbecilidade mãe com uma programação cada vez mais pobre, que assim como a música, se foca no nepotismo familiar, impulsionando carreiras vazias de DNAs famosos. O esporte é comandando por um cartola que decide até resultados. A sociedade se choca com dois homens se beijando, mas não se choca mais com dois homens se matando ou atirando contra inocentes. Não há postura, não há atitudes, não poesia e não há canção. O que se esperar quando até estudantes da USP desafiam a polícia para terem o direito de se drogarem no campus, como se tal espaço fizesse parte do território holandês. E para ficar pior ainda, com cartazes contendo erros de português. O fato é que devo estar ficando velho e rabugento, mas uma coisa é certa: o mundo esta indo pro inferno numa bandeja de prata. Todos viraram a barriga pra cima e se renderam. A televisão havia matado a janela, mas a nova tecnologia abortou de vez o novo da poesia.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Qual é o Problema?

O título, acima, faz parte de um estudo de caso do administrador por Harvard, Stephen Kanitz, bastante utilizado em cursos de administração de empresas, na maioria das universidades, no mundo todo.  Em meu curso de Marketing, à época, também, trabalhamos esse case em sala de aula. É meio extenso mais vale à pena ler.

Eis o artigo, abaixo.
"Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano.
Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes do início das aulas.
O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma análise do presidente sobre a situação.
O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado de palavras? Eu, como meus outros colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo "Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de marketing?". Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo "Quem descobriu o Brasil?".
Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que precisam ser respondidas ao longo da vida.
Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em que decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular.
Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível.
"Professor, qual é a pergunta?", perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era justamente a primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: "Como vamos resolver uma questão que não foi sequer formulada?".
Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular.
Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as questões do mundo já foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser apresentá-las, e a obrigação dos alunos é repeti-las na prova final.
Em seu primeiro dia de trabalho você vai descobrir que seu patrão não lhe perguntará quem descobriu o Brasil e não lhe pagará um salário por isso no fim do mês. Nem vai lhe pedir para resolver "4/2 = ?". Em toda a minha vida profissional nunca encontrei um quadrado perfeito, muito menos uma divisão perfeita, os números da vida sempre terminam com longas casas decimais.
Seu patrão vai querer saber de você quais são os problemas que precisam ser resolvidos em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas.
Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais perguntas a ser feitas, depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos solução para os inúmeros problemas brasileiros de hoje. O maior erro que se pode cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas errados.
Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez definido qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a ser encontrada.
Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair arrogantemente ditando respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas".

Artigo publicado na revista veja em março, 2005.

domingo, 6 de novembro de 2011

Cariri Paraibano: Planejamento e gestão desse território


Muito bom saber (ler) que o nosso Cariri paraibano está adotando iniciativas importantes em sua agenda socioeconômica com vistas ao fomento de políticas públicas em prol do desenvolvimento regional. “O Encontros dos Povos do Cariri” que aconteceu na cidade de Taperoá nesse final de semana demonstra a necessidade da região em pautar e alinhar os seus compromissos públicos nesse foco. Se a participação dos prefeitos da região no evento deixou a desejar é lamentável. O que importa mesmo é que já é chegada à hora dessa união de forças políticas da região para envidar esforços nesse sentido. Culpar a seca como principal problemática da região não convence mais! Período de estiagem prolongada já é praxe, conforme já demonstra vários estudos existentes.  Daí a necessidade de termos governantes visionários e aptos a sanarem os problemas sócioeconômicos e planejarem projetos de convivência com esse fenômeno natural. Isso é uma obrigação dos nossos gestores públicos. Pois como sabemos, no Congresso Nacional estão em tramitação alguns projetos de lei que se aprovados representarão um grande avanço para a economia solidária, além de estar em curso a criação do Ministério da Micro e Pequena empresa com o objetivo de estimular o investimento e apoiar os pequenos empreendedores. Como disse a presidente, Dilma Rousseff, "acho muito feliz chamar (esses empresários) de grandes empreendedores de pequenos negócios. Num País com a nossa população, com as nossas riquezas, o empresariado das pequenas constitui a base do tecido social", argumentou. Dilma ressaltou, ainda, que o Brasil se torna cada vez mais um país de classe média. "Ter micro e pequenos empreendedores é algo que orgulha o País", disse. "Não queremos diminuir importância dos demais segmentos. Queremos é ter um novo olhar para os menores."
É com essa proposta de fortalecer e direcionar políticas públicas para o segmento por meio de capacitação, treinamento, certificação, financiamento, entre outros que o novo ministério abrirá espaço para a criação de secretarias estaduais e municipais de microempresa, que atenderão de maneira mais eficaz e eficiente os anseios e necessidades do segmento.  Por isso, creio eu,  da importância das cidades do nosso Cariri paraibano se articularem e se organizarem nesse sentido para receber recursos com essa finalidade.Só assim, proporcionaremos ao caririzeiro o direito de “ser plenamente Sertanejo e de poder sentir o mormaço da tarde, o cheiro da terra molhada ou o trafegar das nuvens que o céu do Cariri possui”. E poder fazer como diz a canção, “só deixo meu cariri no último pau de arara”.

sábado, 5 de novembro de 2011

"Em Pauta"


Deixo para você amigo navegante do blog um vídeo do programa "Em Pauta" da Globo News, com a participação dos jornalistas Caco Barcelos (Tv Globo) x Eliane Cantanhêde (Folha de São Paulo) enfatizando a onda de denuncismo propagado através da imprensa nos últimos tempos. O global Caco Barcelos chama-nos a atenção para um certo ""jornalismo declaratório" que vem permeando parte da mídia ultimamente. Segundo ele, na maioria dos casos veiculados, não há um aprofundamento dos fatos antes de sua divulgação. Veja aqui o vídeo em que mostra o confronto entre esses dois renomados jornalistas brasileiros sobre o tema proposto. Uma verdadeira aula para todos aqueles que trabalham ou pretendem seguir carreira nesse meio.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Internet como ferramenta de democratização da informação

Confesso que sou um entusiasta com os avanços da internet, sobretudo, no que se refere à democratização da informação em prol do bem da humanidade. Isso é muito bom! Evidentemente, que há muito “lixo” espalhado na rede, principalmente, por anônimos covardes com a finalidade de propagar o mal. O que não é legal. Vale destacar, entretanto, a grande importância dessa ferramenta no cotidiano da maioria dos seus usuários que dela faz bom proveito. Com base nisso, sugiro aqui dois artigos de um mesmo assunto em tempo real: exemplo, um artigo da Folha de São Paulo online do colunista Sergio Malbergier, dando ênfase a fala da presidente, Dilma Rousseff, na cúpula do G-20, intitulado “Complexo de Poodle” no qual você confere aqui, em contraponto as informações do artigo em questão, o colunista Flávio Aguiar, correspondente da Carta Maior em Berlim e que você, também, pode ler aqui. Isso é possível graças a democratização do meio.